terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Menino do Kamasutra - parte I



kamasutra homo - nelson camacho
    Tinha acabado de jantar e preparava-me para me debruçar sobre o teclado para continuar mais um capítulo do livro que tenho entre mãos ou seja entre dedos no teclado quando tocaram à porta. Deixei tocar pois não estava virado para receber visitas pois tinha em mente a saga daquele capitulo que nunca mais saia da mona.
    Passado meia hora a campainha voltou a tocar. Como tinha a luz de presença na entrada de casa acesa e para que não dissessem quem quer que fosse que não queria atender, lá fui.
    Estava vestido com um robe branco que quem me conhece quer dizer que tinha algum amigo em casa, mas não, estava sozinho e pronto a atacar a escrita. Desci as escadas e fui abrir a porta. Era um amigo com uma garrafa de champanhe na mão e vinha com a ideia de passar umas horas de desaforo comigo. Olhou-me de alto a baixo e vendo como estava vestido atirou:
      - Estás acompanhado!
    Eu podia dizer que não, ele entrava, bebíamos uns copos e íamos praticar cenas de Kamasutra, mas não, não me apetecia e confirmei o estar acompanhado e o coitado lá se foi embora. Momentos de Kamasutra ficaram para outra altura.
    Ao mesmo tempo tive pena mas este meu amigo tem a mania de vir sem telefonar e ontem não me estava mesmo a apetecer brincadeiras. Tinha na mona a sequencia do tal capítulo de meu novo livro e não queria perder.
Voltei para o meu canto de escrita, liguei a máquina de café e atirei-me ao teclado.

    Quando dei por mim, já tinha bebido uns quatro cafés, completado o tal capítulo e o sol timidamente começava a entrar pela janela, mas eram sete da manhã e o tabaco já tinha acabado. Comecei a reler o que tinha escrito mas não estava com mais paciência para a escrita e faltava-me o tabaquinho. Desliguei o computador e quando passei pelo corredor olhei para o quarto que estava vazio e lembrei-me que tinha dado o nega ao Mário.
    Deu-me um arrepio espinha acima, vesti-me de forma casual, e fui até ao café que já estava aberto aquela hora para comprar tabaco e tomar o pequeno-almoço.
    Quando transportei a porta do café dei de caras com um moço de cor que com o ar mais sorridente deste mundo mostrando uns dentes brancos alvos que contratavam com a cor da pele me deus os bons dias. Ele não era bem preto mas sim um pouco amulatado.
    Como é terça-feira, dia de jogar o euro milhões pedi uns cupões e fui tomar a refeição para a esplanada que é coberta e onde se pode fumar.
    Estava debruçado sobre o meu afazer e convicto que hoje iria ter sorte quando o tal jovem se me dirigiu e perguntou se lhe emprestava depois a minha caneta para também ele preencher os cupões do euro milhões.
      - É para já! Tenho aqui outra! Podes-te sentar aqui! Disse eu.
      - Posso?
      - Certo! Assim até podemos trocar ideias sobre este tipo de jogo que está aberto a todos mas não é para todos.
      - De facto nem tudo o que está aberto a todos nem a todos calha.
      - Pois! É a vida! Por vezes olhamos para alguém que em princípio seria de todos mas que não temos acesso.
      - Está a falar de quê! Já agora.
    Naquela altura nem eu mesmo estava a compreender o que tinha dito. Certamente a minha mente estava a virar-se para o meu amigo Mário que horas antes o tinha mandado dar uma volta. Os meus neurónios começaram a fervilhar e atirei.
      - Estou a falar dos relacionamentos entre pessoas. Por vezes a nossa mente manda ter uma atitude mas o decoro e a sociedade, priva-nos de nos abrirmos completamente com essa pessoa.
      - Não me diga que hoje encontrou essa pessoa?
      - Se tens um espírito aberto para aceitar tudo o que te possam dizer, talvez!
      - Já vi que você é que tem um espírito aberto e quando lhe convém, vai logo a fundo com a questão. Parece ser uma pessoa letrada. O que faz?
      - Eu?... Sou escritor nas horas vagas e nas outras, trabalho no meio artístico.
      - Não posso! Sabe! Eu também me dedico à música, faço umas músicas e letras.
      - Já agora gostava de lhe mostrar as minhas coisas. Se quiser dar-se ao trabalho pode ir a minha casa e mostro-lhe. Já agora, chamo-me Jorge e você?
      - Eu chamo-me João

    O raio do mulatinho além de ser giro e sempre sorridente mostrando aqueles dentes alvos e beiços carnudos com vontade de serem beijados fez-me estremecer de alto a baixo e comecei a pensar não só com a cabeça de cima como a de baixo que já estava a dar estremeções como a dizer – válá caçador, tens aqui um frango – Para não ser enganado perguntei.
      - Não me digas que também tens um canto em tua casa onde escreves e tocas. Que idade tens?
      - Tenho dezanove anos, onde escrevo e toco é no meu quarto que é um anexo á vivenda dos meus pais para não chatear o resto da família.  Quem lá vai pode estar à vontade que ninguém me chateia.
      - E teus pais que fazem? Para terem uma vivenda a coisa não deve correr mal.
      - Felizmente somos pessoas de bem. O meu pai é adido numa embaixada e minha mão é tradutora e não tenho irmãos. Que queres saber mais?
      - Não! Nada! é que nesta terrinha é difícil conhecer tipo como tu.
      - Pois, cada um é como cada qual e não tenho a culpa de ter nascido preto.
      - Epá! Desculpa lá mas não foi à cor que me estava a referir. Alias não és preto.
      - Pois normalmente a malta de cor ou anda nas obras ou outras profissões. Eu sou o que vocês chamam “O menino da mamã”.
      - Pois Menino da mamã ou não, és bastante simpático e digno de fazeres parte do meu núcleo de amigos.
      - Bem! Sempre vais a minha casa para ver os meus gatafunhos e musicas que faço?
      - Mas agora?
      - Sim porque não? Não é de manhã que se começa o dia? Hoje não vou à escola e podemos curtir.
    Afinal de contas com aquela conversa toda o caçador estava a ser ele. Ainda não tinha adivinhado o que iria acontecer, mas sinceramente embora não tenho dormido naquela noite estava-me a apetecer brincadeira.
    Entregamos os cupões do euro milhões, pagamos as despesas que o Jorge se prontificou a pagar e fomos de abalada.
    Como eu tinha ido a pé até ao café e o Jorge tinha levado o carro, fui à boleia.
    Só pelo carro via-se logo que era gente de posses pois o carrito nada mais era que um Chevrotet. Quando chegamos a casa confirmei ser um menino da mamã, não só pelo tipo de carro como o estadão da vivenda de dois andares, com jardim, piscina, casa de apoio e um anexo que nada mais era que uma pequena vivenda térrea, para onde nos dirigimos, depois de ter guardado o carro numa garagem onde estacionava mais um e com espaço para outros dois ou três.
    O anexo era um espaço composto de um salão ai com uns cem metros quadrados onde existiam um bar, um canto de escrita com o computador, uma zona de música com um piano, uma bateria, uma guitarra eléctrica uma de fado e respectiva aparelhagem de gravação.
      - É aqui onde me entretenho a fazer as minhas musicas e a gravar. Não é propriamente um estúdio, mas serve.
    O resto do salão era dividido por sofás, mesinhas de apoio e uma cama redonda onde ao lado numa parede existia uma porta que condizia para a casa de banho, segundo depois vim a saber. Ao lado do bar também existia uma porta de vai e vem que condizia com o resto da casa e a cozinha.
    Com tudo isto poderia dizer-se que tinha entrado na casa de sonho de qualquer solteirão pronta para receber seus amigos e eu estava a ter esse privilégio.
       - O que queres tomar? - Disse o Jorge.
       - Não sei bem! A esta hora da manhã, talvez algo para acordar bem.
       - Talvez, um Licor Beirão com uma pedra de gelo! É o que está na moda.
       - Tá bem!

Kiss Gay O Caçador
    Ele fez dois copos, foi até à zona do estúdio e colocou um CD com um tema de Chopin. O som começou a sair de duas colonas estrategicamente colocadas dos lados na parede sobreposta à cama, ao mesmo tempo que um pequeno projector incidia sobre a mesma apagando-se todas as restantes luzes do espaço. A luz projectada ia incidir sobre a cama com uma tonalidade fosca dando ao ambiente uma zona semi-escura convidando a praticar-se experiencia do Kamasutra.
    Ao mesmo tempo que me entregava o copo com o licor foi dizendo:
      - Parece-me que por ali estamos mais à vontade e encaminhou-se para a zona onde se faz amor.
   Eu não só estava perplexo com tudo aquilo como começava a sentir algo estranho pelo meu corpo, mais propriamente dito no pau que estava a começar a inchar.
    O Jorge enquanto se encaminhava para aquela zona, ia-se despindo até ficar somente com uns boxers. Como não sou parvo e já estava a ver no que aquilo iria acabar, também me fui despindo, acabando por ficar somente com uma torce.

Gaye em movimento sexual
    Quando chegamos à cama, acto contínuo nos abraça nos beijamos e nos atiramos como para uma piscina. Porra! O colchão era de água e ficamos envolvidos por um turbilhão que nos apertava ainda mais.
    Fiquei por baixo e ele começou me beijando o peito ao mesmo tempo que uma das mãos se dirigia ao meu pénis que já se encontrava em sentido. Manuseou-o um pouco e retirou-o cá para fora ao mesmo tempo que fazia o mesmo ao seu. Ficamos totalmente em pelota e roçando um no outro. Subiu mais um pouco e veio até minha boca beijando-me sofregamente num beijo de troca de salivas.
    A minha cueca e o boxer dele já estavam no chão e nossos corpos se gladiavam como a tentar cada um entrar no outro como se fora um só.
    Jorge, novamente desceu com beijos pelo meu corpo até ao pau metendo-o em sua boca e apertando suavemente com seus lábios e num movimento constante dando-me a sensação de estar a penetrar numa vagina virgem.
    Durou algum tempo até me estar avir. Quando ele notou o que iria acontecer pelos meus movimentos, retirou daquela posição, subiu novamente pelo meu corpo e seu pénis longo foi parar à minha entre pernas que eu apertei ao mesmo tempo que o meu roçava em sua barriga.
     A loucura estava a acontecer e num acto irreflectido ou não criando o centro da cama como o fulcro dos nossos corpos, nos virámos e ficamos na posição de sessenta e nove abocanhando mutuamente nossos pénis num sôfrego tão grande que passados alguns instantes sentimos jactos de fluido carregados de espermatozóides que desta vês não iriam fazer nada para a procriação da espécie.
     Derrotados e cansados, voltamos à posição normal e adormecemos um pouco.
    Já era meio-dia quando acordámos.
      - Bom dia
      - Bom dia também para ti.
      - E agora! Que vamos fazer?
      - Vamos tomar um duche, o pequeno-almoço e como tenho hoje uma entrevista na TV para um novo trabalho encontramo-nos logo à noite se quiseres.
      - Fico à tua espera para continuarmos o que ficou a meio. Estás de acordo.
      - Completamente! Onde nos encontramos?
      - Aqui em minha casa como é óbvio! Vais ter um jantar de gourmet à tua espera.
    Foi com este diálogo e depois de tomar o tal duche, que nos beijamos com promessas de eu voltar para reiniciarmos o que tinha ficado a meio e iniciarmos em novo amor.
                                                                                                      

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